O medo de mexer é o teu maior inimigo

O peso invisível: como o medo de se mexer pode alimentar a dor lombar

7/22/20254 min read

“Era como se o meu corpo se tivesse esquecido de confiar em si mesmo.”

Deixa-me contar-te esta história...

O Pedro é bancário. Trabalha há anos sentado, rodeado por papéis, prazos e pressão. Aos 38 anos, não tem qualquer histórico de lesões graves, nem grandes traumas. No entanto, no mês passado, ao baixar-se para arrastar uma base de cimento do chapéu de sol existente na varanda da sua casa, sentiu uma pontada na lombar.

Nada de especial, pensou. “Devo-me ter baixado de forma incorreta”. Mas o que ao início era uma dor passageira, transformou-se numa dor enorme nos dias posteriores.

Entretanto o corpo recuperou, mas a mente não.

Agora, cada vez que se tenta mexer com mais vigor, o medo toma conta dele. Medo de voltar a lesionar-se. Medo de piorar. Medo de que aquela pontada permaneça para sempre.

Nos últimos dias tem evitado subir escadas, inclusivamente fazer outras tarefas como por exemplo ir às compras. Começou a procurar posições que não “desencadeassem” a dor, e sente-se preso a rotinas de alívio.

Alonga por medo. Respira por obrigação. Vive em constante alerta. E, aos poucos, vai deixando de se mexer.

Cinesiofobia: quando o medo de se mexer se torna uma prisão

O nome pode parecer complicado, mas descreve algo muito comum: cinesiofobia é o medo do movimento, especialmente quando associado à possibilidade de dor ou lesão. E este medo não é apenas psicológico — ele muda o corpo.

Estudos demonstram que pessoas com dor lombar crónica e medo elevado de movimento têm alterações reais no controlo motor, como rigidez muscular excessiva, inibição de músculos profundos e até alterações na forma como o cérebro interpreta os sinais do corpo.

É como se o teu sistema nervoso, na tentativa de te “proteger”, acabasse por manter o corpo em modo de defesa constante. O problema? Essa proteção exagerada alimenta a dor.

A armadilha da dor lombar: a causa e consequência

A dor lombar e a cinesiofobia formam um ciclo vicioso difícil de quebrar.

  1. A dor surge. Seja por um movimento mal feito, sobrecarga ou tensão acumulada — e com ela, a incerteza.

  2. O medo instala-se. O receio de voltar a sentir aquela dor aguda faz com que a pessoa evite certos movimentos, posturas e até atividades do dia a dia.

  3. O corpo adapta-se… mal. Com o medo, há redução do movimento, perda de força, rigidez, desequilíbrios. O corpo fica menos preparado para lidar com carga — e paradoxalmente, mais vulnerável à dor.

  4. A dor volta. Não porque algo “rompeu”, mas porque o sistema está hiper-reativo, mal coordenado, e o movimento deixa de ser fluido.

O Pedro não precisava apenas de um diagnóstico. Apenas precisava de se reconectar.

Quando finalmente procurou ajuda, o Pedro fez exames, ressonâncias, diagnósticos. Por vezes diziam-lhe: “não tem nada de especial”. Noutras vezes diziam-lhe: “a sua coluna está desgastada”. Mas nenhum desses discursos o ajudava a voltar a confiar no próprio corpo.

Somente quando conheceu um programa de reabilitação ativa — que combina movimento gradual, educação em neurociência da dor e treino funcional — é que sentiu a verdadeira diferença.

Mais do que alongamentos ou “posturas certas”, o Pedro aprendeu que a dor nem sempre é sinal de dano, e que o movimento é o caminho, não o problema.

O movimento como "medicamento", não como risco

A ciência tem sido clara: o movimento progressivo, bem orientado, é uma das ferramentas mais poderosas contra a dor lombar persistente.

Mas atenção: não se trata de um “exercício genérico”.

Pessoas com cinesiofobia precisam de reconstruir a relação com o próprio corpo. Isso exige:

  • Educação: Entender como funciona a dor. Perceber que ela é influenciada por emoções, crenças e contexto;

  • Progressão: Respeitar limites, mas também desafiar, com segurança, os padrões de medo e rigidez;

  • Consistência: Não é sobre fazer “um treino bom”, mas sobre reencontrar o corpo no dia a dia;

É aqui que nasce a Tribo da Lombar

A Tribo da Lombar não é apenas um programa de exercícios. É uma comunidade para quem quer sair do ciclo da dor e medo, bem como se reencontrar com o movimento, força e autonomia — sem promessas mágicas, sem receitas prontas, mas com ciência, suporte e método.

Dentro da Tribo, entendemos que cada pessoa carrega uma história — e muitas vezes, essa história inclui traumas invisíveis, como o medo de se mexer, o sentimento de impotência ou as frases assustadoras ditas por profissionais mal informados.

“A tua lombar está gasta.”

“Não podes correr.”

“Tens de aprender a viver com isso.”

Na Tribo, desmontamos estes mitos. Reeducamos o corpo, mas também a mente. Porque o verdadeiro alívio da dor não está na ausência de sintomas, mas na reconquista da confiança no movimento.

Hoje, o Pedro não vive sem dor — vive com liberdade.

Neste momento, o Pedro ainda sente dor na lombar muito ocasionalmente. Mas já não tem medo. Já não se paralisa. Porque aprendeu que o corpo é resiliente, adaptável e sábio — quando é escutado e desafiado com cuidado.

E tu, ainda tens medo de te mexer? A dor lombar pode-te prender. Mas o medo é a verdadeira corrente.

Se te revês na história do Pedro — se já te disseram que tens de “parar de treinar”, se tens receio de te dobrar, saltar ou levantar pesos — então talvez o que precises não é de mais repouso, mas de um novo começo.

Na Tribo da Lombar, criamos esse espaço de reconexão. Um ecossistema digital com:

  • Aulas semanais com foco em mobilidade, força e controlo motor;

  • Suporte direto com especialistas;

  • Desafios lúdicos para te reconectares com o corpo;

  • E sobretudo: um caminho progressivo para a liberdade de movimento.

Porque o movimento liberta. E tu não nasceste para viver com medo. Vai à minha página da Tribo no website para começares agora mesmo a viver melhor, com mais saúde e segurança.